Implementação de sistema de rega em Pomar de Figueiras

Título: Pomar de Figueiras

Tema: Agroturismo; Inovação tecnológica; Gestão ambiental

Promotor: Sociedade Agrícola e Turística Quinta da Mó de Cima, SA

Local: SESIMBRA; LISBOA E VALE DO TEJO

Fundo: OUTRO

Programa:

Medida / Ação:

Custo total: 376.931,00 € Financiamento comunitário: 96.117,00 €
Financiamento Nacional: 16.962,00 € Financiamento privado: 263.852,00 €

Síntese

A Quinta da Mó de Cima situa-se na freguesia de Castelo, concelho de Sesimbra, distrito de Setúbal com 40 ha de figueiras.
O projeto visa a instalação de um sistema de rega eficiente no pomar de figueiras, com o objetivo de aumentar qualitativa e quantitativamente a produção e permitir a gestão das colheita, gerindo melhor o stress hídrico.

Enquadramento

A Quinta da Mó de Cima possuía uma área de Pinheiro Manso e Pinheiro Bravo. Estas áreas foram intervencionadas com podas e limpeza de solos bem como adubações.
Entretanto em 2012 foi plantada uma área de 9 hectares de figueiras a qual foi aumentada em 2013 com mais 31 ha da mesma cultura.
A ideia de plantar esta cultura surge da observação do mercado e análise dos indicadores de procura deste tipo de produtos junto de vários operadores do MARL. A opção pela produção integrada resultou num aumento do interesse por parte desses operadores.
O figo é uma fruta com uma longa tradição agrícola em Portugal. Com o fim do mercado de transformação para a produção de álcool verificou-se uma grande quebra na produção e comercialização – uma redução de 270 mil toneladas/ano em 1961 para 2826 toneladas em 2014 – pois sendo um produto altamente perecível as explorações existentes não tinham economia de escala para investir em sistemas de pós-colheita necessários para mantes a qualidade do produto por um período mais alargado.
A produção mundial de figos é liderada pela Turquia (26%), seguida pelo Brasil (15%), Grécia (8%) e Espanha (4%). De acordo com os últimos dados da balança comercial, Portugal em 2013 e 2014 teve um saldo negativo na balança comercial de 2.3 milhões de Euros e 2.2 Milhões de Euros, respectivamente. A Europa é o maior importador de figos, seguido da Asia, o que representa o potencial desta cultura para substituição de importações e exportações.

Objetivos

Com o investimento a realizar- agricultura de precisão, aumenta a produção e a qualidade do figo fresco e seco, através de um melhor controlo da gestão dos recursos hídricos, eliminando desta forma a exposição da planta ao stress hídrico.

Descrição

O projeto visou a instalação de um sistema de rega eficiente (instalação de sondas de medição do teor de humidade do solo e uma estação meteorológica, que faz a leitura das temperaturas, registando o ponto de orvalho) nos 40 ha de figueiras que permitiu um aumento substancial da produção tanto em quantidade como em qualidade do figo fresco e seco, bem como uma gestão de datas de colheita.
Esta linha de micro-aspersão será complementar a uma outra já existente em que o sistema de débito de água são gotejadores. Verificando-se que a linha existente não era suficiente para os débitos necessários a esta cultura teve que se complementar com a linha de microaspersão.
Optaram por micro-aspersão em detrimento de uma nova linha com gotejadores acumulando uma outra função que será a de manter o coberto vegetal semeado em 2013.
Aumentando assim a quantidade de matéria produzida, implicando um aumento de cortes deste produzindo matéria orgânica essencial à cultura da figueira.

Resultados

Este sistema vai permitir também a diminuição de produto para refugo passando de 20% para 10% do produto. Os investimentos a realizar na propriedade irão permitir um aumento significativo na produção de 22 ton/ha para 31 ton/ha.
Com o sistema de rega e através do controlo e monitorização a percentagem de refugo pode ser aproveitada e vendida como passa escolhida, onde é absorvida pelo mercado a um preço médio de 2.5 €/kg contrastando com a não escolhida que tem um preço de mercado de 4€/Arroba.
A implementação deste sistema irá ainda traduzir-se num aumento do calibre do figo, que se irá reflectir no preço de venda do produto, passando de um preço médio de 1,3 €/kg para 1.5 €/kg.

Outra informação

A estratégia de internacionalização desta actividade passa por uma abordagem em duas vias, o comércio do fruto em fresco na sua época de colheita e fora dessa época em transformado, pelo que estão a desenvolver uma unidade que será um complemento ao projeto agrícola da empresa. A unidade fabril está pensada para a transformação dos produtos sazonais utilizando técnicas que mantenham o sabor, textura e propriedades nutricionais o mais semelhante possível com o produto em fresco, para que o consumidor possa ter acesso aos produtos sazonais em qualquer época do ano, alterando apenas a forma como se apresenta.
De realçar que esta exploração vai introduzir variedades de Figueiras auto-férteis bem como implementar um controlo mecânico da infestantes.

Contacto

Nome: Vasco Cunha Mendes
Morada: Rua Julieta Ferrão, nº 12 – Torre A Esc 602 1600-131 Lisboa
Telefone: 217826440 E-mail: vcm@qdamo.com Website: www.qdamo.com